ONG Facing Finance de Berlim, Alemanha, diz que grandes instituições financeiras europeias possuem uma parcela de culpa no desastre de Mariana de 2015, por não findarem suas relações comerciais com a BHP Billiton e a Vale, acionistas da Samarco, em um relatório divulgado nesta sexta-feira (11). A ONG afirma que 25,8 bilhões em investimentos, empréstimos e títulos foram disponibilizados por bancos europeus as duas empresas entre 2010 e 2017, apesar de já haver sinais de falhas no funcionamento da represa desde 2007.
O relatório aponta dois bancos como cúmplices da catástrofe: o francês BNP Paribas e o inglês HSBC. De acordo com a ONG, os dois colaboraram com os impactos ambientais e sociais do colapso da barragem ao financiarem parte das atividades da Samarco. Só entre 2011 e 2014, as instituições, segundo o estudo, emitiram cerca de 537 milhões de euros em títulos e empréstimos para a empresa.
O documento destaca que, embora as instituições financeiras causem violações de direitos humanos, elas contribuem ou estão diretamente ligadas a violações por meio de suas relações de negócios. “O presente relatório mostra que a maioria dos bancos europeus não faz o suficiente. Eles não incentivam as empresas de recursos naturais a melhorarem no que diz respeito aos direitos humanos e ao meio ambiente, nem estão dispostos a estabelecerem seus métodos ou limites para excluir essas empresas” afirma estudo.
O rompimento da barragem em 5 de novembro de 2015, foi o maior desastre ambiental da história do Brasil. O rastro de destruição de mais de 650 quilômetros. Os resíduos soterraram comunidades inteiras, 19 pessoas morreram e centenas ficaram desabrigadas. A vegetação local ficou devastada e a bacia do Rio Doce contaminada.